Prometo que amanhã
farei um poema sobre passarinhos
a sair das costuras
de uma espera de anjo
sentado no cimo da mais alta torre
de uma cidade de memórias por acontecer
Prometo que amanhã
serei o rigor sagrado
das bandeiras que zelam
pelos espaços das assembleias magnas
Prometo que amanhã
não serei escândalo nas múmias de dentes afiados
nem nos plácidos piqueniques dos tranquilos
Prometo que amanhã
vou aplaudir o avesso dos ilusionistas
Pronto
está prometido
agora arrumo a vassourinha
com que limpei a fosforescência dos instantes
e vou dormir numa fatia de céu
Só mais uma coisa
depois de amanhã volto a ser eu
Soares Teixeira – 18-03-2015
(© todos os direitos reservados)
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