Mostrar mensagens com a etiqueta Poesia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Poesia. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 10 de junho de 2024

CAMÕES - 500 ANOS - INAUGURAÇÃO PLACA COMEMORATIVA





 Foto tirada hoje junto da estátua de CAMÕES, em Lisboa, após inauguração da placa comemorativa do V Centenário do seu nascimento. Disse o soneto 'AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER" e agradeci ao Génio.





terça-feira, 21 de maio de 2024

O POETA, MANUEL ALEGRE - SOARES TEIXEIRA

 




“O POETA”
 
Ele aprendeu o preço exato da canção.
Seus pulsos estão abertos e a vossa boca bebeu
o sangue puro de uma vida.
Que mais quereis de um homem?
Vós não podeis roubar-lhe esse luar na alma.
Vós não podeis mais nada. É um homem a cantar
Um homem que sorriu aos tambores noturnos
dos vossos cárceres depois cantou
de pé no seu poema.
 
Vinde com vossas leis e vossas máscaras
vossas palavras cheias de fantasmas.
Nada podeis. O medo nunca pôde nada.
Vós não podeis despir um homem que está nu.
 
Pendurai-lhe no sexo uma coroa de espinhos
ele fará na própria dor um filho mais robusto
porque ele é pai de alegria
ele povoa a solidão de raparigas
as suaves raparigas que trazem no ventre
a cidade dos homens.
 
Vinde com vossas máscaras e vossos tribunais
e os mortos-vivos que recitam os parágrafos
do livro das sentenças.
 
Vós não podeis mais nada. É um homem a cantar
um homem que está nu com todos os seus músculos
a soluçar numa guitarra destroçada
e todavia iluminada e viva.
Um homem que sorriu aos tambores noturnos
dos vossos cárceres depois cantou
de pé no seu poema.
 
Vós não podeis mais nada.
É um homem que merece a poesia.
 
 
Manuel Alegre
in, "Praça da Canção"




domingo, 12 de maio de 2024

25 ABRIL 50 ANOS 50 POETAS - SOARES TEIXEIRA

 



25 ABRIL 50 ANOS 50 POETAS - Minha homenagem aos 50 anos do 25 de Abril, a Salgueiro Maia, à Liberdade, à Diversidade, à Poesia. Também a Luís de Camões, nos 500 anos do seus nascimento.


quarta-feira, 27 de março de 2024

HARPA - SOARES TEIXEIRA

 

HARPA - SOARES TEIXEIRA

 

HARPA
 
Teatro…,
laranja em  chamas que atirei para longe,
outros que quis fora de mim
antes que em mim fossem arestas cortantes,
taça cheia de um espaço
onde vi a capital do meu imaginário
desfazer-se num exílio de brumas,
pantera e planície
que o relâmpago separou.
Não lamento…,
ignoro quem seria aquele que não fui
e nem sequer o quero ver no avesso
da minha imagem reflectida num espelho,
o que foi, foi,
e o que sou é este e não outro.
Num verso…,
aí consinto que vinho e sangue
venham de um lugar longínquo e se entranhem
na harpa com que respiro as palavras,
aí, e só aí,
me permito asas para ser alcoólico
de azuis desassossegados
 
 
Soares Teixeira – 27 de Março de 2024
- Dia Mundial do Teatro -
(© todos os direitos reservados)


domingo, 25 de fevereiro de 2024

CONGRESSO DO MEIO MILÉNIO DE CAMÕES EM MACAU

 



Dias 24 e 25 de Fevereiro de 2024 teve lugar o "Congresso Internacional do Meio Milénio de Camões"- Rede Camões Ásia e África. Este foi um evento da Fundação Rui Cunha, sediada em Macau. Os organizadores e participantes estão de parabéns. Prometia-se uma reunião científica com um núcleo de grandes especialistas e assim aconteceu. Participei como assistente, por zoom. O convite foi-me gentilmente endereçado por Filipe Saavedra, da Comissão Coordenadora do Congresso. 


 


domingo, 19 de novembro de 2023

PRIMEIRA NOITE DE POESIA IBERO-AMERICANA


No dia 17 de Novembro, com curadoria de Lauren Mindenueta, teve lugar a Primeira Noite de Poesia Ibero-Americana. O evento decorreu em vários locais de Lisboa: Fundação José Saramago, Teatro Romano, Café Martinho da Arcada e Instituto Cervantes. Uma oportunidade para escutar e conviver com grandes poetas e assistir a magníficos debates e performances.


Teatro Romano de Lisboa
No Teatro Romano de Lisboa - 1ª parte da actuação: coro homenageando a grande Poeta colombiana Maruja Vieira, através da leitura de alguns dos seus poemas. Seguiram-se leituras individuais em que li algumas estrofes do Canto X de "Os Lusíadas" referentes ao Episódio da Máquina do Mundo.


Víctor Rodríguez Núñez e Soares Teixeira
Eu com o Poeta Víctor Rodriguez Núnez

Ana Mercedes Vivas com Soares Teixeira
Eu com a Poeta Ana Mercedes Vivas


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

TERTÚLIA "POÉTICAS AFRO-ATLÂNTICAS", LIVRARIA SNOB

 

LIVRARIA SNOB

Ontem, Na livraria Snob, em Lisboa, festejou-se o primeiro aniversário da tertúlia «Poéticas Afro-Atlânticas», em Lisboa, na livraria Snob. Compareceram Lauren Mendinueta, Dinis H. Machado, Ana Sofia Paiva, Jaime Rocha, Luís Filipe Pereira, Soares Teixeira, Luis Castro Mendes, Ozias Filho.

Com um imenso abraço a TODOS os que ergueram bem alto tanta beleza e fraternidade.


TODOS 

 

Nada de névoa

e o horizonte somos todos

no barco da palavra

 

É o mar que nos pede

para não ficarmos aquém

do canto das constelações

 

Gente de olhar enfunado

toca tambor com pele de alma

e navega por azuis festivos

 

Beijam-nos búzios de brisa,

serão fenícios, talvez,

e em nós declaram-se vivos

 

 

Soares Teixeira – 29 de Setembro de 2023

(© todos os direitos reservados)

 


terça-feira, 26 de setembro de 2023

OITAVA EDIÇÃO DOS ENCONTROS IBRO-AMERICANOS

 

Hoje, Oitava Edição dos Encontros Ibero-Americanos de Poesia e Música na Fundação José Saramago, Casa dos Bicos - Lisboa, numa tarde de imensa fraternidade e elevadissimo nível cultural.


Soares Teixeira com Pablo Valarezo
Soares Teixeira com Pablo Valarezo


Soares Teixeira com Fernando Pinto do Amaral
Soares Teixeira com Fernando Pinto do Amaral


Soares Teixeira com Pilar del Rio
Soares Teixeira com Pilar del Rio


Soares Teixeira com Margarita Laso
Soares Teixeira com Margarita Laso


OITAVA EDIÇÃO DOS ENCONTROS IBRO-AMERICANOS



quinta-feira, 18 de maio de 2023

"OS LUSÍADAS", CANTO X - LUIS DE CAMÕES



"OS LUSÍADAS", CANTO X





Canto X

Depois dos marinheiros lusos terem satisfeito os seus primeiros apetites dirigem-se ao palácio de Thetys onde lhes é oferecido um grande banquete no qual a Sirena profetiza os feitos lusitanos no Oriente. Camões volta a recorrer ao artifício da profecia para contar o que ocorreu entre o passado (1498, ano da descoberta do caminho marítimo para a Índia), e o presente (o tempo em que o poema foi escrito). São enaltecidos os heróis Portugueses. Episódio da Máquina do Mundo. Thetys faz mais profecias sobre os Portugueses. A frota deixa a Ilha dos Amores. Chegada a Portugal. Epílogo, onde Camões reforça a dedicatória a Dom Sebastião.


"OS LUSÍADAS", CANTO IX - LUÍS DE CAMÕES

 

"OS LUSÍADAS", CANTO IX




Canto IX

Os ‘infiéis’ fazem com que os mercadores nada comprem aos dois feitores portugueses e prendem-nos, com o propósito de deter os portugueses na cidade, até que de Gidá cheguem as naus muçulmanas que todos os anos vão comprar especiaria e destruam as portuguesas. Monçaide avisa Vasco da Gama da intenção dos mouros e do grande perigo que corre a frota lusa com a chegada eminente da forte frota muçulmana. O Samorim manda libertar os feitores e suas fazendas. A frota parte de regresso, levando, forçados alguns Malabares. Episódio da Ilha dos Amores. Exortação de Camões aos que anseiam por imortalizar o seu nome.


quarta-feira, 17 de maio de 2023

"OS LUSÍADAS", CANTO VIII - LUÍS DE CAMÕES



"OS LUSÍADAS", CANTO VIII





Canto VIII

Paulo da Gama, e depois Vasco da Gama, explicam ao Catual o significado das pinturas que estão no interior da nau. Entretanto o Samorim pede para que se examinem os augúrios. A previsão transmitida ao Samorim é de que os portugueses viriam dominar toda a Índia, o que é confirmado pelos conselheiros islâmicos do soberano, a quem durante a noite Baco aparecera em sonhos fazendo-se passar por Maomé dizendo-lhes que os portugueses eram piratas e que a frota deveria ser destruída. No dia seguinte, em que o Samorim terá de decidir entre as vantagens de firmar tratado com os portugueses e as previsões da noite, manda chamar Vasco da Gama e acusa-o de ser um apátrida e praticar a pirataria, instando-o a confessar toda a verdade. Vasco da Gama reafirma as suas intenções honradas e o Samorim manda-o em liberdade, com autorização para negociar. Contudo o ministro indiano, instigado pelos islâmicos do reino, toma o Capitão como refém e tenta que este ordene a aproximação da frota afim de que esta possa ser destruída. Ao ver falhar o seu estratagema, com receio de castigo por parte do seu soberano, por estar a ir contra as suas ordens, e aspirando ao o lucro, aceita na troca de Vasco da Gama por mercadorias das naus portuguesas.

 


"OS LUSÍADAS", CANTO VII - LUÍS DE CAMÕES



"OS LUSÍADAS", CANTO VII




Canto VII

Este canto inicia-se com o elogio da nação lusa na luta contra os muçulmanos, quando comparados os seus feitos com os das outras nações. Depois de aportar em Calecute Vasco da Gama envia um mensageiro ao rei. O mensageiro encontra entre a multidão Monçaide, um mouro que falava castelhano, que o vai acompanhar e servir de tradutor. Mais tarde Monçaide acompanha o mensageiro até à frota lusa e fala aos portugueses sobre a história, geografia, política, religiões, usos e costumes da Índia. Vasco da Gama e Monçaide encontram-se com um ministro – Catual – que os conduz até ao Samorim. No fim do Canto VI Camões diz sentir faltar-lhe a inspiração e fala um pouco de si lamentando revoltado com a forma como a sua pátria o tem tratado.


"OS LUSÍADAS", CANTO VI - LUÍS DE CAMÕES


"OS LUSÍADAS", CANTO VI


 


Canto VI

Terminada a narrativa de Vasco da Gama ao Rei de Melinde, bem como os festejos que este oferece em honra dos portugueses, a armada, guiada por um piloto disponibilizado pelo Rei de Melinde, prossegue a viagem, rumo a Calecute. Baco, furioso com os sucessos da frota lusa, vai pedir ajuda a Neptuno. Os deuses marinhos (ao contrário dos deuses olímpicos) manifestam-se contra a armada e ordenam a Éolo que solte os ventos para a afundar. Entretanto, os marinheiros de vigia conversam despreocupadamente e pedem a Veloso para lhes contar uma história. Este conta-lhes a história dos Doze de Inglaterra. Surge uma violentíssima tempestade por intermédio dos deuses marinhos. Prece de Vasco da Gama à Divina Guarda. Vénus, alarmada e irada, vai de novo em socorro dos portugueses enviando as ninfas para seduzirem os ventos, acalmando-os, protegendo assim a frota. A tempestade passa. Vasco da Gama ajoelha e agradece a Deus. A frota avista Calecute. O canto acaba com Camões a tecer considerações sobre o muito que vale a fama e a glória quando conseguidas através dos grandes feitos, e a criticar aqueles que buscam fama, glória e fortuna recorrendo a intrigas e valendo-se dos favores de quem tem poder.


terça-feira, 16 de maio de 2023

"OS LUSÍADAS", CANTO IV - LUIS DE CAMÕES


"OS LUSÍADAS", CANTO IV



Canto IV

Vasco da Gama continua a narrar ao Rei de Melinde a história de Portugal, agora com a Segunda Dinastia - desde a Crise de 1383-1385 até ao reinado de Dom Manuel I e ao momento em que a sua frota sai de Lisboa com destino à Índia.


"OS LUSÍADAS", CANTO III - LUÍS DE CAMÕES

 

"OS LUSÍADAS", CANTO III




Canto III

Depois da invocação a Calíope (Musa da Poesia Épica), Camões, dando a palavra a Vasco da Gama, narra o que este contou ao Rei de Melinde, começando pela a geografia da Europa e passando depois para a Primeira Dinastia (que se estende até ao Canto IV). Entra-se no tempo histórico na estância 23 com o Conde Dom Henrique (Dijon, 1066 — Astorga, 12 de Maio de 1222) que foi conde de Portucale ate à sua morte. 


quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

"OS LUSÍADAS", CANTO I - LUÍS DE CAMÕES

 

"OS LUSÍADAS", CANTO I




Canto I

 

A Obra começa com a Proposição, (elemento introdutório, com apresentação do tema e dos heróis), segue-se a Invocação (Camões invoca as Tágides – ninfas do Tejo – pedindo-lhes inspiração para a sua escrita), e em seguida a Dedicatória (Camões dedica “Os Lusíadas” ao Rei Dom Sebastião). Tem então início o começo da Narração, a meio da história (a Armada de Vasco da Gama já se encontra no Oceano Índico, mas ainda não alcançou a Índia) - técnica literária denominada In medias res (latim para "no meio das coisas").   

A acção vai para o plano dos deuses. É convocado o Consílio dos Deuses do Olimpo para que se decida se a Frota Lusa poderá ou não atingir seu destino. Júpiter mostra-se favorável. Baco opõe-se, porque isso significaria que as suas próprias façanhas no Oriente seriam esquecidas. Vénus, porém, sente que será celebrada pelos portugueses uma vez que vê neles os herdeiros dos seus amados romanos, por isso apoia firmemente o propósito da Armada Lusa. Depois de uma discussão entre os deuses em que Marte, vigoroso, toma partido de Vénus, Júpiter mantém o seu parecer e dá o Consílio por terminado.

A acção volta à Armada de Vasco da Gama, que aporta à ilha de Moçambique. Aí são recebidos por muçulmanos, que, tementes do poder das naus, prometem fornecer mantimentos e um piloto que leve a Frota à Índia. Contudo as intenções dessas gentes são bem diferentes. O Rei muçulmano, inspirado por Baco, que encarnara num dos seus conselheiros, quer a destruição da Frota. Segue-se uma luta, no decurso da qual a cidade é bombardeada pelos portugueses. Rendição do regedor que então oferece um piloto aos lusos – segundo estratagema de Baco – com a intenção oculta de os levar para terras hostis.

Vénus, zelando constantemente pelos portugueses, apercebe-se das artimanhas de Baco, e mantém a Frota segura ultrapassando-se assim os perigos do primeiro porto. O segundo será Mombaça em cujas águas a frota lança âncora. O canto termina com uma meditação moral, antecedida por duas estrofes de suspense.



 



terça-feira, 14 de junho de 2022

"HAVIA NELAS", ROSA LOBATO DE FARIA

 


 

Havia nelas

alguma coisa de excessivamente engomado

que sugeria

a vida espreitada das pequenas cidades.

 

Havia nelas

O cansaço de comboios nocturnos

de malas e cestos longamente arrastados.

 

Havia nelas

a desenvoltura nos trâmites de hospital

nas vias indirectas da repartição pública

com que o turista

suplanta no museu os naturais.

 

Havia nelas

um gesto de sacudir da saia

migalhas dum farnel imaginário

de cobrir os joelhos com casacos de malha.

 

Havia nelas

uma sombra de buço

um olhar oblíquo

um esgar descaído de censura.

 

Havia nelas

tantas pequenas virtudes

tantas pequenas certezas

que a vida se foi delas agastada

a oferecer a outras

seus tesouros.

 

as dúvidas as dores os frutos e os risos.

 

 

Rosa Lobato de Faria, in “Poemas Escolhidos e Dispersos”