Viajar…
agora mesmo
viajei
num ápice quase
eterno
viajei
não sei à
garupa de que ausência
sei apenas que
viajei
para um
insondável longe
tão longe como
o mistério de estar vivo
Começei por
construir o meu corpo
inteiramente novo
inteiramente feito
de distância
e subi no vento
e quando pousei
estava numa abstração
Depois construí
uma torre de mistério e rosas
e cada pedra
era pura música
e cada janela
eram arcos de silêncio
e por portas
havia luz
e por tecto
água sem nome
Depois
sentei-me no parapeito
de uma dessas
janelas
e lentamente
comi o fruto de um pensar
que estar ali
é esta praia
a ser daqui e
de qualquer outro lugar
Soares Teixeira – 09-02-2015
(© todos os direitos reservados)
Sem comentários:
Enviar um comentário