sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

"BELA ADORMECIDA" - Soares Teixeira





Da noite dos dedos adormecidos
voam difusos bailes de grandes asas
a orquestra liberta vertigem
desligados do chão dançam pares
que rodam como fontes sem peso
a luz faz-se êxtase nos cristais
e o riso dos reposteiros confunde-se
com o dos vastos salões

Adormecida
com uma rosa sobre o peito
a sua respiração extinguiu o tempo
e deixa que em si se cumpra o infinito

Bela
tornou-se céu da espera

No intenso silêncio da flor
a certeza que a mantém fresca
é que há um beijo a beber distância



Soares Teixeira – 16-01-2015
(© todos os direitos reservados)


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