Quando a sede assola o poeta
a palavra chove-lhe
dentro do peito
sente-se o
cheiro a terra molhada
e o poema
cresce
ao lado das
árvores
das folhas caídas
e dos insectos
Lá no alto as
gaivotas levam-lhe
a camisa as
calças e as sandálias
e o poeta vai
nu
com os rochedos
e o mar e o céu
por única companhia
às vezes um
gato sai
do seu corpo
e salta para um
astro na mão da noite
quando isso
acontece
húmida
a terra
ao assistir ao
secreto desdobramento
do poeta
oferece-lhe os
seus seios e as suas coxas
e o seu sexo
e diz-lhe
“Cresças em
sede
assim na terra como
nos céus”
Soares Teixeira – 13-01-2015
(© todos os direitos reservados)
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