A pequenez senta-se na sua imensa poltrona de vaidade
respira fundo o sol da sua aparência
e alimenta-se do seu próprio discurso
são assim os ditadores do quotidiano
são assim os que vivem em permanente entrada triunfal no seu
ego
são assim os que vivem o permanente êxtase da ascensão da
sua auto-estima
os que acham que os seus pensamentos são a matéria-prima dos
instantes
os que acham que os seus gestos são gorjeta para a condição
alheia
os que acham que todos os seus caprichos são absolutamente
naturais e reservados aos escolhidos
na grande selva humana são hienas
mas no seu íntimo sabem que jamais terão a nobreza do tigre
por isso no fundo do seu estreito corredor cerebral
contorcem-se num choro abafado sozinhos e em silêncio
por isso a sua tirania
por isso a sua pequenez
por isso o seu cinismo e cobardia
Soares Teixeira– 21-07-2013
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