Deixar que a inquietação
seja comida pelas traças?
Não!
Ser sublevação
beber o verso
na companhia do Sol e da Lua
Ir à proa do olhar
e chegar a tempo
de partilhar o voo do próximo pássaro
e de comer a polpa da nuvem
e de dizer adeus ao impossível
Ir no convés da alma
e chegar a tempo
de agitar os braços aos cometas
de descobrir outra duna
de desembarcar no relógio do além
Ir
e chegar a tempo de viver
Deixar a festa num labirinto?
Não!
Renascer sempre
à janela do nome
e com as plantas dos pés
sobre a manhã
ser realejo no brilho de uma flor
e a um microfone de vento
anunciar os caminhos das mãos
e tudo isto
porque a liberdade
tem veias de luz
Soares Teixeira – 02-06-2016
(© todos os direitos reservados)
Sem comentários:
Enviar um comentário