Frio
nas cadeiras vazias das escolas
destruição
e ela, bêbeda
cospe nas paredes ensanguentadas
dança como uma hiena em chamas
e o seu riso assobia
nos olhares estilhaçados das
crianças ausentes
é ela
a guerra
ratazana que o dinheiro engorda
Frio
o amanhã não aquece os meninos
vejam-nos a chorar a última hora!
as meninas sentem-se mascotes do
negro
ouvem-nas bater os dentes –
geladas?
os professores vão nas mandíbulas
dos lagartos
oiçam o som do seu silêncio!
Frio
uma comprida unha, suja de ácido
e vómito
rasga os caules das flores
e os instantes assistem
impotentes
à dor do futuro degolado
Frio
até os gritos gelam nas gargantas
Soares Teixeira – 02-08-2014
(© todos os direitos reservados)
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