Um dia oferecer-me-ás a resposta
lua cheia grávida de mistério
um dia quando entre duas colinas
de vento
o meu corpo deixar de ser irmão da
sede
nesse dia quando eu - leve mais
leve
que a mesa transparente onde os
deuses bebem vinho
habitar o caule do infinito
nesse dia darás à luz a resposta
àquela pergunta que intacta
ambos guardamos na água do nosso
compromisso
por enquanto é de âmbar e ametista
a minha sombra de tigre a caminhar
na selva
às vezes troco o alimento pelo voo
que me é oferecido
(ah frágeis asas que me nascem nos
ombros e nos pulsos)
sim troco e vou - a voar a voar
como se uma cúpula sem matéria me
chamasse
vou sim
até que chegue o dia
aquele dia
em que caminhando sobre a
incandescência das pétalas esquecidas
atravessarei o meu nome
e tu espera em mim serás então
resposta em mim
um dia
não tenho pressa
apesar das sombras o mundo canta
instantes belos
Soares Teixeira – 10-08-2014
(© todos os direitos reservados)
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