segunda-feira, 24 de março de 2014

"AS PORTAS DO OLHAR" - Soares Teixeira








No eterno início
um véu a flutuar num céu
meu teu
nosso

Vem o momento
em que descobrimos
que o mundo está completo
depois de abrirmos as portas do olhar
e caminharmos até ao lugar leve
dos lábios da claridade adormecida
onde com o sorriso dos libertos
ficamos fáceis a nós próprios
tornando-nos parte desse início
desse véu
meu teu
nosso
que flutua
na secreta origem da palavra
frágil morada de ausências habitadas
pelos mistérios de instantes por acontecer
um véu sem princípio sem fim
sem matéria
límpido
um véu a flutuar no ar
o véu vivo dum pensamento
que atravessa o tempo
um eterno primeiro momento
de descoberta
ainda em vagar de fogo frágil

Depois a sagrada chama
a incandescente alegria
a poesia



Soares Teixeira – 23-03-2014
(© todos os direitos reservados)

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