quinta-feira, 13 de outubro de 2016

"PARAÍSO" - Soares Teixeira



Enquanto o céu descansa no seu sonho azul
eu liberto a incandescente escrita do olhar
e escrevo na minha carne
- aquela onde tenho as veias e aquela onde tenho os astros –
Unidade

Enquanto no céu se ergue a casa do silêncio
eu ascendo e comigo levo a carícia do cântico das flores 
e abro o meu livro
- o do sangue e o do gesto –
e abrasa-me a sede de voar

Enquanto o céu se estende em praia íntima do infinito
eu sou mar a renascer das minhas ondas
e beijo o segredo dos peixes e das árvores
e galgo rochedos e trepo montanhas
e grito em êxtase
Paraíso!



Soares Teixeira – 13-10-2016
(© todos os direitos reservados)

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