I
Corro
no pomar do engano
e sou certeza que corre
mas só depois
de ver
que o cansaço
é o único fruto
que me resta
é que descubro
que a minha matéria
é fumo
II
Recolho-me
em abelha de cristal
sobre a minha coluna
de palavra e vento
e procuro o longe
III
Sózinho
bebo a ferida
troco a dor
por outra camisa
e regresso
pronto
para me recomeçar
em meteorito
ou rio
e de novo
sou todas as paisagens
Soares Teixeira – 27-10-2016
(© todos os direitos reservados)
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