segunda-feira, 9 de maio de 2016

"SER CAULE DE ASTRO" - Soares Teixeira



Há coisas mínimas
que valem
porque são máximas
há coisas insignificantes
que valem
porque nos contemplam
tão profundamente
que ignorá-las
seria o mesmo
que ignorar o peito
Sentir na gota de orvalho
o eixo do instante
descobrir na formiga
a fórmula do saber olhar
receber de uma flor
o jardim do horizonte
isso sim
é ser alma com raíz no corpo
é, mesmo ficando, ir
e assim, nunca permanecer
antes crescer
ser caule de astro
acariciar o rosto do sol
e beijar a face
da vida que nos aconteceu



Soares Teixeira – 09-05-2016
(© todos os direitos reservados)

Sem comentários:

Enviar um comentário