Há um ir e vir
na mão do mistério
Luz e sombra
oferecem-se aos espaços
como um sopro feito de labirintos
e o tempo é uma ladainha
onde de vez em quando
acontecem praias
Estar aqui
é ter vindo
e ir a caminho
de lá
do antes e do depois
Movemo-nos numa travessia
de incompreensíveis
Vamos existindo dentro do que existe
como quem regressa
daquilo que nunca existiu
e para junto daquilo que nunca existiu
Às vezes
os automóveis param
os telefones deixam de tocar
os computadores ficam abandonados
e nós suspendemos o gesto
frontais a um pensamento
feito de água e astros
É nesses momentos que nos reunimos
às outras ondas
num ir e vir
em que o silêncio sabe bem
Soares Teixeira – 17-05-2016
(© todos os direitos reservados)
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