ESPERANÇA
Uma palavra
Maníaca por jogos
De cabra-cega e decifrar
Pega-me na mão e leva-me
Para fora do gradeamento dos minutos
Atordoado
Vejo o meu olhar reflectido
Num espelho que é um rio vertical
Onde peixes sobem e descem
E me observam intrigados
Não me atrevo
A sair daquele lugar
Onde me sinto infinito
À procura de qualquer coisa
Que não sei o que é
Chamo...
Uma palavra, e outra, e outra
E cerro as pálpebras e os punhos
E vou tentando adivinhar
Até que me faço relâmpago e grito
Esperança!
Peço desculpa à flor
Esmagada na minha mão já aberta
E ela
Que também sou eu
sorri
Ouçam-nos gritar os dois:
Esperança!
Soares Teixeira – 01 de Maio de 2023
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