Lá no alto
estão os astros que eu observo
do chão do meu pensamento
nada há para dizer
guardo as palavras em óleo de silêncio
o espaço é uma balança onde fico sem peso
o tempo é um pomar que guardo no bolso
vejo-me
baixar a ponte-levadiça do desejo
e caminhar para junto de inícios familiares
aproximo-me
esta fruição da lucidez…
esta realidade…
tão belo
junto-me ao puro timbre do nada
que é tanto
e em mim vou
lentamente
como um navio de cálido encanto
Soares Teixeira – 02-02-2017
(© todos os direitos reservados)
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