Um astro
na palma da mão?
que astro?
aquele ponto a
brilhar?
aquela
incandescente evidência
da linguagem dos
espaços?
será ele um
potro de luz
acabado de
nascer?
será ele tumulto
de fim
num arder de
saudade
prestes a
morrer?
ainda existe
aquele astro?
ou é apenas
memória?
tempos passados
idos
e assim vividos
pelas
distâncias
tempos
desaparecidos
mas ainda
futuros?
que mão
esta
extremidade de braço?
este
promontório de dedos?
esta
contemplação de gesto?
será um barco
antigo levado
pela mesma
magia de vento
que soprou de
panos a acenar?
será um músculo
a libertar
alguém da monotonia?
será uma veia
envolta pela
carne da liberdade?
ou é apenas uma
sonâmbula
alada vontade
de longe
sem relâmpago
nas asas
nem universo no
caminho?
será ainda ascensão
de pálpebras?
será ainda apoteose
de peito?
ou brasas quase
apagadas
de um sol
desfeito?
tudo em vão
Soares Teixeira – 18-11-2014
(© todos os direitos reservados)
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