quinta-feira, 6 de julho de 2017

"AUDÍVEL" - Soares Teixeira



Rente ao irrecusável
faço-me espaço
e a minha pátria
é a distância
por isso levo nos cabelos
sonhos de grandes asas
Às vezes dói
o tanto ser planície
com raízes a perfurar o peito
dói…
e nenhum caule por alento
e nenhuma flor por esperança
dói…
Mas ali
ali onde o ar guarda búzios de luz
ali está a praia que chama por mim
por isso vou
por isso sou
a mesa onde gomo e gume
saúdam o cálice que está no outro vértice
por isso sinto tão audível
o cântico de novas geometrias
por isso não me nego
à viagem
e vou existindo
no horizonte


Soares Teixeira – 01-07-2017
(© todos os direitos reservados)

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