Preciso de sede
para que as minhas pálpebras
sejam navio
beber distâncias
amanhecer nos pássaros
sede
preciso de sede
para navegar
espera-me o búzio de luz
exacto
e inaugural
como a minha sede
preciso de sede
para me oferecer à sede
preciso de ser oferenda
voz que se entrega ao cântico
onda que se dá ao mar
astro que se lança ao infinito
oferenda
de mim para mim
espera-me a rosa do espaço
suspensa
sobre a frescura
de uma palavra inicial
Soares Teixeira – 07-11-2016
(© todos os direitos reservados)
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