A arte de caminhar
sobre as águas do poema
como uma praia sem peso
que se eleva sobre o mundo
em deslumbrada ascensão
essa é a arte
que o olhar respira
depois da máscara ter cumprido a sua função
e repousar na prateleira sem plenitude
A arte de tornar azul o destino do poema
a arte de ser cálice
feito com o metal da sílaba ardente
a arte de ser paisagem
em aliança com o ser
a arte de ser diapasão do instinto
a arte de descobrir as plantas carnívoras
a arte de viver
depois de sobreviver
Soares Teixeira – 08-01-2014
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