Sabes rosa…
na tua presença
sinto-me um amanhã que fui
e um passado por acontecer
Estou nas ancas das sereias
nas ogivas de catedrais sem nome
nas crinas de um potro lunar
nos saltos de uma rã sideral
estou também na taça que não ergo
a esta manhã encharcada de luz
e na colmeia de onde não retiro
o mel deste meu instante
És tu rosa
plena e serena
que ao me observares me fazes sentir
este vinho a brotar da pedra imaginária
És tu rosa
meiga e mística
que celebras a flor que em mim despertas
E eu, rosa
fico a roda imóvel em que me transformas
Soares Teixeira – 28-09-2013
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