segunda-feira, 16 de setembro de 2013

"ARRANCO A PELE DO CORPO" - Soares Teixeira







Arranco a pele do corpo
e sacudo o pó do instante
Só alma
deixo que o horizonte passe os dedos
pelo meu olhar e o sinta
como a primeira penugem dos pêssegos
Fora de mim estão milhões de anos
e cá dentro quantas sílabas roubei ao universo?
Neste momento não ouso dizer uma palavra
receio que os meus lábios me devolvam
a este lugar onde não estou
Sou teu manhã
estou na salvação da tua luz
e na desordem das ondas do mar
de onde se solta um som de louvor ao sol
que escreve todos os instantes que sou
e os que ficam à porta de mim
no secreto pátio dos sonhos
que só o mar conhece



Soares Teixeira – 16-09-2013
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