Há palavras pesadas mas urgentes
Como estátuas submersas
Que têm de se erguer das profundezas
Para ocupar lugares esquecidos
Há palavras que têm de sair da cripta
Húmida e escura onde jazem
Imersas em silêncio
E cobertas por pálpebras de pedra
Há palavras que devem
Rasgar distâncias
Iluminando as agrestes penedias
Onde a ave do medo faz o ninho
Há palavras que são sementes
À espera de um dia
Crescerem em lábios
Secos de humanidade
Soares Teixeira