domingo, 10 de maio de 2009

Feira do Livro


Há livros que são quase seres humanos. Há livros que nos tornam mais humanos. Há seres humanos que são quase livros. Há seres humanos que nos tornam mais livro, mais biblioteca, mais horizonte. Hoje, na Feira do Livro, ao olhar para os stands das editoras e para as pessoas, senti isso mesmo. Havia festa nos olhares e nos gestos. As pessoas olhavam contentes para os livros e o simples pegar neles era um acto de felicidade. Os livros também me pareceram bastante felizes por poderem ver tanta gente e tocar em tantas mãos. Quando cumprimentei Luís Sepúlveda, depois de ele me ter autografado uma das suas obras, senti brotarem-me palavras nas pupilas. Enquanto observava Malangatana fazendo um desenho num livro que lhe pedi para autografar sentia-me na cauda dos gestos do Mestre. Quando encontrei amigos falámos a sorrir, como quem abre páginas no peito, e com isso se sente mais humano. É bom este sentimento e nem sequer pensar porquê. Civilização.


Soares Teixeira