quarta-feira, 17 de maio de 2023

"OS LUSÍADAS", CANTO VI - LUÍS DE CAMÕES


"OS LUSÍADAS", CANTO VI


 


Canto VI

Terminada a narrativa de Vasco da Gama ao Rei de Melinde, bem como os festejos que este oferece em honra dos portugueses, a armada, guiada por um piloto disponibilizado pelo Rei de Melinde, prossegue a viagem, rumo a Calecute. Baco, furioso com os sucessos da frota lusa, vai pedir ajuda a Neptuno. Os deuses marinhos (ao contrário dos deuses olímpicos) manifestam-se contra a armada e ordenam a Éolo que solte os ventos para a afundar. Entretanto, os marinheiros de vigia conversam despreocupadamente e pedem a Veloso para lhes contar uma história. Este conta-lhes a história dos Doze de Inglaterra. Surge uma violentíssima tempestade por intermédio dos deuses marinhos. Prece de Vasco da Gama à Divina Guarda. Vénus, alarmada e irada, vai de novo em socorro dos portugueses enviando as ninfas para seduzirem os ventos, acalmando-os, protegendo assim a frota. A tempestade passa. Vasco da Gama ajoelha e agradece a Deus. A frota avista Calecute. O canto acaba com Camões a tecer considerações sobre o muito que vale a fama e a glória quando conseguidas através dos grandes feitos, e a criticar aqueles que buscam fama, glória e fortuna recorrendo a intrigas e valendo-se dos favores de quem tem poder.


terça-feira, 16 de maio de 2023

"OS LUSÍADAS", CANTO IV - LUIS DE CAMÕES


"OS LUSÍADAS", CANTO IV



Canto IV

Vasco da Gama continua a narrar ao Rei de Melinde a história de Portugal, agora com a Segunda Dinastia - desde a Crise de 1383-1385 até ao reinado de Dom Manuel I e ao momento em que a sua frota sai de Lisboa com destino à Índia.


"OS LUSÍADAS", CANTO III - LUÍS DE CAMÕES

 

"OS LUSÍADAS", CANTO III




Canto III

Depois da invocação a Calíope (Musa da Poesia Épica), Camões, dando a palavra a Vasco da Gama, narra o que este contou ao Rei de Melinde, começando pela a geografia da Europa e passando depois para a Primeira Dinastia (que se estende até ao Canto IV). Entra-se no tempo histórico na estância 23 com o Conde Dom Henrique (Dijon, 1066 — Astorga, 12 de Maio de 1222) que foi conde de Portucale ate à sua morte. 


"OS LUSÍADAS", CANTO II - LUÍS DE CAMÕES




"OS LUSÍADAS", CANTO II







Canto II

Pretendendo que os portugueses caiam numa cilada, o rei de Mombaça envia um mensageiro a Vasco da Gama pedindo-lhe que a Armada lusa entre no porto, prometendo bom acolhimento em terra. Cauteloso, Vasco da Gama envia dois degredados à cidade. Ludibriados pelos muçulmanos e, novamente, por Baco, os enviados do Gama dizem que não há perigo em Mombaça. O invés disso a Frota lusa vê-se em grandes apuros. Vénus interfere novamente, com a ajuda das Nereidas, impedindo a desgraça para os portugueses após o que vai rapidamente do mar aos céus. Apresenta-se diante de Júpiter em grande sensualidade, encanto, sedução e usando de apurada arte de convencimento. Em lamentos queixa-se ao rei dos deuses dos enormes perigos que a Armada Portuguesa está a correr. Júpiter, cedendo aos seus rogos, abraça-a com ternura e tranquiliza-a, dizendo-lhe que os fados já destinaram aos portugueses grande sucesso e glória. Enquanto isso, Júpiter envia Mercúrio para que este avise Vasco da Gama da existência de Melinde, onde um rei lhe dará aquilo de que necessita. A frota dirige-se para Melinde onde é muito bem recebida. Muito generoso, o rei de Melinde disponibiliza ao Gama provisões e piloto para a viagem até à Índia. Mais tarde o rei vai bordo da nau capitânia e pede a Vasco da Gama que lhe conte sobre aquela sua viagem mas que antes disso lhe fale Portugal.


 

segunda-feira, 1 de maio de 2023

"ESPERANÇA" - SOARES TEIXEIRA

 

 ESPERANÇA

 
 
Uma palavra
Maníaca por jogos
De cabra-cega e decifrar
Pega-me na mão e leva-me
Para fora do gradeamento dos minutos
 
Atordoado
Vejo o meu olhar reflectido
Num espelho que é um rio vertical
Onde peixes sobem e descem
E me observam intrigados
 
Não me atrevo
A sair daquele lugar
Onde me sinto infinito
À procura de qualquer coisa
Que não sei o que é
 
Chamo...
Uma palavra, e outra, e outra
E cerro as pálpebras e os punhos
E vou tentando adivinhar
Até que me faço relâmpago e grito
 
Esperança!
 
Peço desculpa à flor
Esmagada na minha mão já aberta
E ela
Que também sou eu
sorri
 
Ouçam-nos gritar os dois:
Esperança!
 
 
Soares Teixeira – 01 de Maio de 2023
(© todos os direitos reservados)

 

domingo, 26 de fevereiro de 2023

CLEONICE BERARDINELLI

 

Soares Teixeira e Cleonice Berardinelli

A 31 de Janeiro de 2023, com 106 anos, deixou-nos a Grande Professora Cleonice Berardinelli, Imortal da Academia Brasileira de Letras. Tive oportunidade de escutar algumas das suas brilhantíssimas palestras e também de algum convívio (Portugal/Espanha/Brasil), com esta ilustríssima - e amabilíssima - especialista da Literatura Portuguesa.

A foto acima, onde estou com a insigne Professora, é de 2010 e foi tirada em Santiago de Compostela, por ocasião de um Congresso.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

"OS LUSÍADAS", CANTO I - LUÍS DE CAMÕES

 

"OS LUSÍADAS", CANTO I




Canto I

 

A Obra começa com a Proposição, (elemento introdutório, com apresentação do tema e dos heróis), segue-se a Invocação (Camões invoca as Tágides – ninfas do Tejo – pedindo-lhes inspiração para a sua escrita), e em seguida a Dedicatória (Camões dedica “Os Lusíadas” ao Rei Dom Sebastião). Tem então início o começo da Narração, a meio da história (a Armada de Vasco da Gama já se encontra no Oceano Índico, mas ainda não alcançou a Índia) - técnica literária denominada In medias res (latim para "no meio das coisas").   

A acção vai para o plano dos deuses. É convocado o Consílio dos Deuses do Olimpo para que se decida se a Frota Lusa poderá ou não atingir seu destino. Júpiter mostra-se favorável. Baco opõe-se, porque isso significaria que as suas próprias façanhas no Oriente seriam esquecidas. Vénus, porém, sente que será celebrada pelos portugueses uma vez que vê neles os herdeiros dos seus amados romanos, por isso apoia firmemente o propósito da Armada Lusa. Depois de uma discussão entre os deuses em que Marte, vigoroso, toma partido de Vénus, Júpiter mantém o seu parecer e dá o Consílio por terminado.

A acção volta à Armada de Vasco da Gama, que aporta à ilha de Moçambique. Aí são recebidos por muçulmanos, que, tementes do poder das naus, prometem fornecer mantimentos e um piloto que leve a Frota à Índia. Contudo as intenções dessas gentes são bem diferentes. O Rei muçulmano, inspirado por Baco, que encarnara num dos seus conselheiros, quer a destruição da Frota. Segue-se uma luta, no decurso da qual a cidade é bombardeada pelos portugueses. Rendição do regedor que então oferece um piloto aos lusos – segundo estratagema de Baco – com a intenção oculta de os levar para terras hostis.

Vénus, zelando constantemente pelos portugueses, apercebe-se das artimanhas de Baco, e mantém a Frota segura ultrapassando-se assim os perigos do primeiro porto. O segundo será Mombaça em cujas águas a frota lança âncora. O canto termina com uma meditação moral, antecedida por duas estrofes de suspense.