Parecem tão definitivos
os cavalos
quando correm em liberdade
pelas planícies
Não receiam nenhum chão
não temem nenhum vento
não se negam a nenhum horizonte
Belos
em cada músculo
em cada movimento
em todas as certezas
As paisagens
vão ficando
debaixo das suas patas
O tempo
cheira-lhes as crinas
e tenta abraçar-lhes o pescoço
mas não consegue
porque eles são mais velozes
que pensamentos
que estes meus pensamentos
vindos não sei de que águas
de que recantos ou de que caminhos
Nesta nudez de alma
partilhada não sei com que astro
preciso destes meus cavalos;
de os ver nascer
de os sentir surgir
alados
de um qualquer lugar no universo
para depois poisarem
nas minhas planícies mentais
belos
preciso de vê-los correr
livres
no meu chão de cicatrizes
que eles não receiam, não temem
e a elas não se negam
Corram, corram meus cavalos
para que eu vos inveje a liberdade
para que eu não desista de vos amar e seguir
para que eu não desista de mim
Venham, cavalos meus
de um qualquer sol
ou de um qualquer verso
venham
erguer-me em mar a ondular e a voar
no céu que eu escolher
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