entro num ponto de interrogação
percorro-lhe a forma
pergunto-lhe o que há no seu interior
responde-me
respondo-me
há um nada tudo
há um nunca sempre
há um dentro fora
há um útero que é vulcão
há lava expelida
há caos e turbilhão
há eixo e rotação
há o que se afasta
há o que se aproxima
há o que se cruza
há o acaso
há o destino
há
há
há
como sair do ponto de interrogação
há a câmara lenta da ilusão
há o tarde e o cedo
há o silêncio
há a pergunta
como sair do ponto de interrogação
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Soares Teixeira – 08-10-2020
(© todos os direitos reservados)
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