quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"HÁ POEMAS" - Soares Teixeira




Há poemas
que se aproximam
e cumprimentam quem os lê
pode ser um breve piscar de olho
um forte abraço de amigo
de infância ou de solidão
ou um suave aceno de alma
com leveza de instinto

Há poemas
que se juntam aos plátanos do peito
e ficam ali
com as suas águas, a sua terra e o seu chão
a falarem de coisas para lá das palavras
coisas anteriores à luz e às trevas
e às pontes entre os instantes
e a todas as estranhas misturas do tempo

Há poemas
destemidos como dragões alados
outros trémulos, a tactear os instantes
uns lançam as suas sílabas em ímpetos solares
outros agasalham cuidadosamente cada palavra
uns trágicos, outros alegres
uns são a janela por onde espreitamos
outros a porta por onde nos observam

Há poemas
por todo o nosso azul de céu e mar
por todo o verde da nossa folhagem
ainda bem
para que a semente da liberdade
não deixe de germinar
para que as nossas asas cumpram o seu destino
voar



Soares Teixeira – 11-02-2016
(© todos os direitos reservados)

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