Aquele dia foi a casa que
habitámos
o vento deu-nos nomes de árvores
o sol concordou e os peixes
também
só as ondas acharam que
deveríamos
ter nomes de navios
concordámos
com o sol com o vento e com as
ondas
e fomos
dois veleiros vivos
de mãos dadas – dedos de espuma
como aquela que nos atravessava
os pés
(fresca liberdade das sílabas marítimas)
Já o céu estava vermelho e a lua se
mostrava
em sorriso e carne
ainda nós caminhávamos naquela
casa de praia
que habitávamos
toda ela horizonte de ar e alma
toda ela mundo inicial
e nós nomes de árvores
sem corpo
porque o deixámos na boca de
pássaros
que tinham sede de amor
Soares Teixeira – 17-07-2014
(© todos os direitos reservados)
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