O meu convés é amplo
cabe nele o mundo inteiro
caminho lentamente
de mãos atrás das costas
com o som do mar
entre os nós dos dedos
o resto do meu corpo
são acácias adormecidas
e caminhos que se deixaram
ficar
dentro de uma longínqua
canção do tempo
esta noite sou a síntese
da minha respiração
uma linha invisível
puxada pela clareza
com que me olhas
uma
linha onde sou
pausa
e espiga
da
ausência que me protege
de
tudo
o
que possa ser musgo
nos
meus ramos
apenas isso e mais nada
um
a um
os
meus pés invisíveis
sobem
a escada
rente
ao verso
um
após outro
os
meus passos
de
silêncio que se atreve
entram
no círculo de amor
onde
oiço
a
deslumbrada volúpia
dos
teus gemidos de rosa
aberta
ao beijo
abraça-me
tu
ó cheia de encanto
abraça-me
lua
Soares Teixeira – 13-04-2014
(© todos os direitos reservados)
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