A mesa posta
com o horizonte por toalha
estás sentada num promontório
eu também
comemos com talheres de saudade
os beijos que recordamos
Os pássaros atravessam
os nossos corpos transparentes
e os ventos acreditam
que somos secretos
As palavras que dizemos
são azuis
nítidas
e iniciais
como o mar
O nosso olhar encontra-se
na abóbada do desejo
Soares Teixeira
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