Foi no Barco do Barreiro, numa travessia para Lisboa, que tomei a decisão de me tornar Oficial da Marinha Mercante. O Tejo foi minha testemunha.
A decisão cumpriu-se. Às vezes, por esses oceanos do mundo, sentia-me gaivota poisada no mastro do instante, depois de voar pelo azul que me recebia, como em tempos recebeu aqueles que saíram do país do horizonte; era Portugal a sair do seu peito.
Hoje aqueles barcos já não existem, foram substitudos por outros mais rápidos, onde o tempo quase torna o Tejo uma banalidade. Hoje já não ando embarcado. Hoje as coisas são diferentes. No entanto, aquele barco... aquela gaivota... ainda existem, existem no Tejo da minha saudade. E não só, existem também no Tejo da Língua Portuguesa.
(Fonte: sítio da CP - 150 anos de História, Capítulo 19)Soares Teixeira
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