Da noite dos dedos adormecidos
voam difusos bailes
de grandes asas
a orquestra
liberta vertigem
desligados do
chão dançam pares
que rodam como
fontes sem peso
a luz faz-se
êxtase nos cristais
e o riso dos reposteiros
confunde-se
com o dos vastos
salões
Adormecida
com uma rosa
sobre o peito
a sua
respiração extinguiu o tempo
e deixa que em
si se cumpra o infinito
Bela
tornou-se céu
da espera
No intenso
silêncio da flor
a certeza que a
mantém fresca
é que há um beijo
a beber distância
Soares Teixeira – 16-01-2015
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