Somos leves
olhamos em frente letra a letra
sem pressas
e os nossos corpos são feitos
com o acordar dos pássaros
Somos leves
entre as raízes das cores
que se estendem pela nossa claridade
e no aroma de tudo o que é belo
e promete ser mais belo ainda
Somos leves
diante do mundo e diante dos instantes
Somos uma ovelha no campo de um verso
branca silenciosa
Somos uma flauta a flutuar num segredo
longa liberta
Somos leves
caminhamos com vagar interior
e ao caminhar vamos ficando
nos arbustos de cada instante
Somos leves
e avançamos juntos de dedos enlaçados
como caules de flores que prometem ser únicas
Somos leves
e no nosso mundo fresco e sem peso
recebemos a grande praia transparente
dos amanhãs que se anunciam
Somos leves
como um princípio que ainda tem de ser dividido
Somos leves
e os nossos lábios serão o início de toda a obra
Soares Teixeira – 18-04-2013
(© todos os direitos reservados