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MARIA JOÃO PIRES - 80 - Soares Teixeira

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  MARIA JOÃO PIRES  - 80   80 poemas 80 mãos que voam 80 flores que dançam em música saúdam Maria, - João Pires, acrescenta um pardal saltitando, e uma gota de orvalho sorri   A sair do pêssego da sua música Mozart surge, estende a mão, e o pardal poisa-lhe nos dedos   Um rio faz-se piano e, em silêncio, todos escutam Maria - Parece acabada de nascer, murmura uma árvore - João Pires, diz o pardal, que voa para o teclado levando Mozart consigo   80 poemas 80 mãos que voam 80 flores que dançam canta o mundo, com voz de gota de orvalho     Soares Teixeira – 23 de Julho de 2024 - nos 80 anos de Maria João Pires- (© todos os direitos reservados)

APENAS MIÚDOS - PATTI SMITH - SOARES TEIXEIRA

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  Leitura expressiva de parte do Primeiro Capítulo do livro "APENAS MIÚDOS", de Patti Smith 'APENAS MIÚDOS', de Patti Smith, é o fascinante retrato de uma época e uma tocante história de dois jovens - Patti Smith e Robert Mapplethorpe - com grande cumplicidade de sonhos e lutas.

O PAI - ADÉLIA PRADO - SOARES TEIXEIRA

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O PAI Deus não fala comigo nem uma palavrinha das que sussurra aos santos. Sabe que tenho medo e, se o fizesse, como um aborígine coberto de amuletos sacrificaria aos estalidos da mata; não me tirasse a vida um tal terror. A seus afagos não sei como agradecer, beija-flor que entra na tenda, flor que sob meus olhos desabrocha, três rolinhas imóveis sobre o muro e uma alegria súbita, gozo no espírito estremecendo a carne. Mesmo depois de velha me trata como filhinha. De tempestades, só mostra o começo e o fim. Adélia Prado ------ Biografia de Adélia Prado: Adélia Luzia Prado de Freitas (Divinópolis, 13 de dezembro de 1935) é uma poetisa, professora, filósofa, romancista e contista, ligada ao Modernismo. Considerada a maior poetisa viva do Brasil. Sua obra retrata o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único. Em 1976, enviou o manuscrito de Bagagem para Affonso Romano de Sant'Anna, que ass...

TERTULIANDO - SOARES TEIXEIRA

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  Foto tirada por mim, hoje, no pátio da Livraria Snob, em Lisboa TERTULIANDO   Palavras a fazer de pássaros dizem adeus aos lábios dos poetas e viajam sobre superfícies que parecem banais   Assim, uma parede estende os braços porque por ela se espalham voos de aves e uma outra veste-se de sílabas da cabeça aos pés - este o mistério das palavras dos poetas; ângulos diversos, diversas pulsações do sentir, diversos mundos a aderir ao corpo, transformam o banal em balcão de bar onde copos se inclinam para a boca enquanto paredes descobrem novas posições para fazerem amor com o que ninguém vê   Tertuliando se fazem jangadas que avançam pelos mares onde cachos de uvas caem de nuvens que adivinham desassossegos de instintos, próprios daqueles que buscam por dentro novas geografias e por fora se deixam ser baía de descobertas alheias   Um triângulo de céu pode conversar com plantas em vasos pendurados numa parede? Claro que pode – tudo é poesia -, tudo depende da visão...

A MARIA QUINTANS - SOARES TEIXEIRA

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     Maria Quintans A MARIA QUINTANS   Lembro-me daquela altura em que começámos a falar de coisas para lá do alumínio das fôrmas onde íamos ao forno   Falávamos de Ilhas de Tesouros onde se chegava em jangadas feitas de rosas e desassossegos e onde praias de palavras nos convidavam a ser a propagação de um resto de nós mesmos Dedicar-nos-íamos à pirataria; os nossos sonhos adormecidos seriam saqueados das suas casas fechadas e levados para navios voadores com velas de chuva e relâmpagos. Beberíamos ventos, riríamos com os golfinhos e os nossos brincos seriam os assobios de outros como nós   Quando assim, solares, saíamos do peito, éramos pombas capazes de cortar o arame farpado de quaisquer horas aprisionadas   Soube que te entrelaçaste com a hera de uma noite súbita   Incrédulo e em cinza molho os lábios com silêncio e aceno-te com um ramo de oliveira   Adeus, Maria     Soares Teixeira - 16-06-2024 ...

CAMÕES - 500 ANOS - INAUGURAÇÃO PLACA COMEMORATIVA

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  Foto tirada hoje junto da estátua de CAMÕES, em Lisboa, após inauguração da placa comemorativa do V Centenário do seu nascimento. Disse o soneto 'AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER" e agradeci ao Génio.

NO REINO DA ÁGUA O REINO DO VINHO - LUIZA NÓBREGA

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  - Extraído da página de Facebook da Professora Luiza Nóbrega : Com o consentimento do autor, Soares Teixeira , publico o comentário que ele me enviou, em ressonância à sua leitura do meu livro No Reino da Água o Rei do Vinho. Um texto que me diz mais, e mais me gratifica, do que certos comentários insossos e anêmicos de acadêmicos avaros. Professora Luiza Nóbrega, já terminei de ler o seu livro ‘NO REINO DA ÁGUA O REINO DO VINHO’ – Submersão Dionisíaca e Transfiguração Trágico-Lírica d’Os Lusíadas. Não terminei de estar com ele porque a enormíssima extensão e qualidade do seu conteúdo tem proporções oceânicas, que obrigam o leitor/viajante a elas regressar – assim o farei; o que ‘ficou’ assim o exige. Estudos desta profundidade e abrangência merecem, e devem, ser alvo de análise por parte de especialistas – o que não é o meu caso. Digo, porém, que em mim o universo de ‘Os Lusíadas’, onde o fascínio da descoberta e o hipnótico encantamento extravasam do sensorial e do temporal, ma...