A Noite Estrelada é uma pintura de Vincent van Gogh de 1889. A obra retrata a vista da janela de um quarto do hospício de Saint-Rémy-de-Provence, pouco antes do nascer do sol, com a adição de um vilarejo idealizado pelo artista. A tela faz parte da colecção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque desde 1941.
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
terça-feira, 1 de agosto de 2017
"CONTA E TEMPO" - Frei António das Chagas
Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
Frei António das Chagas ,in 'Antologia Poética'
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
Frei António das Chagas ,in 'Antologia Poética'
segunda-feira, 31 de julho de 2017
"PROMONTORIUM SACRUM" - Soares Teixeira
Será o Universo
um pássaro a agonizar?
uma eterna Fénix?
uma borboleta por acontecer?
Penso muitas vezes no Universo
um pensar que poderia ser retorno
mas não é
não se pode retornar onde se está
nem ao que se é
e eu sou parte da equação
Penso
sem querer substituir o meu promontório
pelo que quer que seja
que atire os meus ossos para fora de mim
não
isso não
posso ser uma ave metafísica
posso num instante ser a terra bruta do nada
posso ser exercício de horizonte
mas não abdico
de acumular montanhas e mares nos bolsos
nem saudades nos lábios
Tenho em todas as palavras um quintal
onde pensar no Universo
bastam-me as minhas couves, as minhas laranjeiras
o meu poço, a minha sachola
basta o tanto que lá existe
tanto ou tão grande… como…
um Universo?
Pensar
como quem guarda os seus próprios passos
dentro da sua própria viagem
Pensar
como quem, heroicamente, sabe que se irá perder
mas estoicamente vai
porque sabe que isso faz parte do menosprezo
que se deve à banalidade
Pensar
um pássaro a agonizar?
uma eterna Fénix?
uma borboleta por acontecer?
pensar é ser Universo a beber-se a si mesmo
a criar-se a si mesmo
é bom pensar
pensar sem encobrir o que é real ou irreal
Pensar Poesia
Soares Teixeira – 31-07-2017
(© todos os direitos reservados)
domingo, 30 de julho de 2017
"OUVINDO BACH" - Soares Teixeira
Oiço Bach
e sinto o corpo substituído
pelo horizonte
oiço como quem celebra
a precisão com que a luz
ornamenta o voo dos pássaros
oiço como quem contempla
a fértil liberdade das origens
oiço como quem está
dentro da imutável evidência
da eternidade
Soares Teixeira – 29-07-2017
(© todos os direitos reservados)
sexta-feira, 28 de julho de 2017
"SEM PROTECTOR SOLAR" - Soares Teixeira
Quando leio um poema
não ponho protector solar
quero saborear com a pele
o fulgor
de todos os princípios
e gosto de passar as mãos
pelo rosto e pelos braços
e afagar
a superfície da minha epiderme
tornada distância
e de extasiar-me
ao sentir entre as omoplatas
duas asas
a completarem o Ser
Soares Teixeira – 28-07-2017
(© todos os direitos reservados)
quinta-feira, 27 de julho de 2017
"NOSTALGIA" - Soares Teixeira
Vejo a altura do Sol
e sinto-me um relógio
no avesso do futuro
abrindo baús
com chaves de quase nada
tic tac,
tic tac, tic tac
os meus ponteiros
não giram
vão acenando
como braços de crianças
a sair de jardins antigos
Soares Teixeira – 27-07-2017
(© todos os direitos reservados)
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