Estamos no sulco de rodas de bicicleta
vivemos em sono e despertar de asa
sonhamo-nos novos astros e novas órbitas
desejamo-nos dentro do círculo das nascentes
e com os braços impregnados de perguntas
procuramos nas areias do mistério
a resposta para a maior das questões:
- Quem conduz a bicicleta?
enquanto isso estendem sobre as nossas cabeças
a crença de que as bombas atómicas são tão necessárias
como o nascer-do-sol, as uvas ou as estradas
Estamos montados no dorso de mísseis nucleares
pintados com o nosso sangue
e ninguém pergunta:
- Quem alimenta as bestas?
Soares Teixeira – 12-02-2017
(© todos os direitos reservados)
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