No extremo dos meus dedos
a Lua
cheia
respiração aberta
rito e ritmo
nas veias dos espaços
beijo na viagem do olhar
Na dança entornada dos meu gestos
o luar
porta aberta
para a vertigem da volúpia
polpa do fascínio
a tocar nos meus lábios
ávidos de excesso
A beber prodígio de um trago
o mar
incessante procura da água
nas profundezas da alma
longo beijo
na rosa do mistério
intenso regaço de espantos
E o mundo gira
cada dia uma véspera inacabada
às vogais do silêncio
junto o meu desejo
de um dia
naquele inevitável dia
crescer em árvore
rumo ao infinito
numa noite assim
como esta
em que o contorno do meu Ser
é desenhado
pelo bater das asas da poesia
Soares Teixeira – 18-09-2016
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