Aqui
dentro do peito
guardo-te inteira
Lua
no secreto ninho
do meu ser
envolta por antigas linguagens
antigos signos
antigos mistérios
e tantos absolutos por acontecer
guardo-te
serás a minha voz
quando um dia
me tornar flor esquecida
entre orvalho de silêncio
guardo-te
dentro de mim
para que dentro da tua carne
de linho e asa
para que dentro da tua alma
de mar e sílaba
eu possa ser o suave ondular
de um outro navio
num outro horizonte
aqui
dentro do peito
guardo-te inteira
Lua
intacta respiração
do relâmpago
intacto timbre
de um piano de cauda infinita
Soares Teixeira – 29-02-2016
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