E todos arqueámos os nossos caules
quando soubemos que o poeta tinha morrido
e em silêncio os ventos e os búzios
solidários e tristes
encostaram as cabeças ao nosso abandono
foi então que o pássaro da palavra
sobrevoou a pausa em que ficámos
e todas as nossas pétalas de girassóis do além
se ergueram na direcção do astro
do nosso contentamento
porque na sua luz se podia ler:
“Estou vivo e escrevo sol”
Soares Teixeira – 24-09-2013
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