Um dia aconteceu-nos liberdade
e o medo caiu de podre
porque soube que nunca mais
seria o nosso alimento
Um dia aconteceu-nos liberdade
e a nossa respiração
deixou de pertencer
aos que nos amordaçavam
Um dia aconteceu-nos liberdade
e descobrimos
que podíamos ser inteiros
dentro de todos os nossos instantes
Um dia aconteceu-nos liberdade
e só agora reparamos
que nos esquecemos de perguntar
até quando?
Ardem as crinas do potro solar
quebram-se as palmeiras de cristal
as manhãs entornam-se dos espelhos
o trigo do peito torna-se frágil
Céus mares
espalhem o grito
e procurem outros gritos como este
acontece luta
Soares Teixeira – 15-06-2013
(© todos os direitos reservados)