quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O MOSTRENGO, Fernando Pessoa - Soares Teixeira

Fernando Pessoa
O mostrengo



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CAMÕES DIRIGE-SE AOS SEUS CONTEMPORÂNEOS, Jorge de Sena - Soares Teixeira


JORGE DE SENA
CAMÕES DIRIGE-SE AOS SEUS CONTEMPORÂNEOS




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES, Padre António Vieira - Soares Teixeira

PADRE ANTÓNIO VIEIRA
SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES
(início do capítulo I)


domingo, 3 de fevereiro de 2013

NÃO POSSO ADIAR O AMOR PARA OUTRO SÉCULO, Eugénio de Andrade - Soares Teixeira

EUGÉNIO DE ANDRADE
NÃO POSSO ADIAR O AMOR PARA OUTRO SÉCULO



sábado, 2 de fevereiro de 2013

"ELES" - Soares Teixeira




Eles sorriem
mas a cidade do cinismo nasce-lhes das têmporas
Os seus lábios pronunciam palavras matinais
mas a mentira dilata-lhes as veias

Eles prometem
mas as suas promessas são lâminas
prontas para rasgar as pálpebras do pensamento
Os dedos estendem-se em gestos límpidos
mas debaixo das unhas
ondulam meticulosas farpas e muros de cimento

Eles cantam
mas o horizonte que esquartejam sai-lhes pelas narinas
Os seus gestos celebram a boda com os instantes
mas a sua silhueta festeja a falsidade

Eles mostram-se civilizados imprescindíveis e impolutos
com o dever de estar ausentes de tudo o que não seja
o chão do seu mundo novo
Mas sobre o chão profanado dos dias alheios
eles são hienas de lume que dançam
sobre florestas dizimadas

Eles dizem-se a salvação
mas são a infecção
que quer ser cura com seringa de medo

Eles estão aí
insinuantes e sórdidos
à espera da chave com que nos abrimos ao sol



Soares Teixeira
(© todos os direitos reservados)




quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"A MESA POSTA" - Soares Teixeira




A mesa posta
com o horizonte por toalha
estás sentada num promontório
eu também
comemos com talheres de saudade
os beijos que recordamos

Os pássaros atravessam
os nossos corpos transparentes
e os ventos acreditam
que somos secretos

As palavras que dizemos
são azuis
nítidas
e iniciais
como o mar

O nosso olhar encontra-se
na abóbada do desejo


Soares Teixeira
(©todos os direitos reservados)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"DEIXO-TE AS PÁLPEBRAS SOBRE A TESTA" - Soares Teixeira




Deixo-te as pálpebras sobre a testa
e levo comigo
metade do beijo que te dei
Estou certo que o novo dia saberá
que sou uma porção de lábios
de passagem pelo efémero
e que o que de mim resta
repousa na eternidade do teu rosto

O mundo cheira a poema
as esquinas são leves
e os caminhos aprendem
o ritmo dos meus passos
Os instantes que vão chegando voam
em torno do meu olhar apaixonado
e partem para os céus
dizendo o meu nome aos pássaros

É possível que algumas pessoas
se voltem para trás
para ver uma árvore caminhar
não me importo
A minha boca ainda está
no chão matinal do teu corpo
por isso sinto como natural
este meu andar de plátano encantado


Soares Teixeira – 23-01-2013
(© todos os direitos reservados)