terça-feira, 13 de outubro de 2009

Requiem para um PC

O meu Laptop morreu. Tinha já 8 anos. Velhinho. Disseram-me numa Clínica de computadores que devolvê-lo à vida era mais caro que comprar um novo. "Paz à sua alma" - pensei, enquanto caminhava no Centro Comercial com o defunto PC dentro da respectiva mala. Na verdade apenas lamento o dinheiro que dei por ele e que agora perco.
Mas... há aqui qualquer coisa... começa a haver qualquer coisa com os computadores. O que é que em nós initimamente evolui com eles? estes objectos, a que temos vindo a conceder uma vertiginosa capacidade de pensar, poderão já ter adquirido Sentimento. Vistas as coisas racionalmente; é claro que não. Patetice. Contudo é através deles, e cada vez mais através deles, que alteramos os nossos sentimentos - basta navegar uns minutos na Internet ou jogar um jogo no computador. E é sempre mais o que queremos dos computadores, estamos ávidos de maior capacidade da máquina e interacção com ela. O desejo alimenta-se de si próprio. O consumo alimenta-se de si próprio. Os nossos computadores são a impensável ficção científica de há meia dúzia de décadas e os dinossauros daquilo que daqui a meia dúzia de décadas se fará. Caminhamos com o espanto da velocidade da invenção. Alongamo-nos nesta corrida. Nem tudo aquilo de que somos feitos acompanha o progresso à mesma velocidade. Criamos relatividade, energia, tensão.
Apetece estar na praia simplesmente a sentir a água, a areia e o Sol, pensar que há três mil anos alguém sentiu o mesmo bem-estar e desejar que daqui a três mil anos alguém possa ter essa mesma sensação. Apetece o desejo de continuidade das coisas primordiais que tornam o Ser Humano consciente do seu Cosmos interior e do Grande Mistério onde os opostos convergem.


Soares Teixeira

domingo, 11 de outubro de 2009

Piaf

Ontem, depois de assisir a um recital de poesia por Luis Machado fui a Politeama ver "Piaf". Não é fácil colocar em palco a vida terrível e tremenda de um dos maiores mitos da canção de todos os tempos. Edith Piaf em tudo foi excesso; a miséria absoluta dos seus primeiros anos de vida haveriam de marcar uma existência dolorosa e conturbada. Ficou a voz potente, magnética e peregrina. Aquela fraca figura tinha um poder único: a voz, a voz que nos emociona e nos faz transcender. Fica também a lição: às vezes uma pobre e insignificante criatura pode ter dentro de si um diamante raro e tornar-se a glória de um país. Piaf contribui mais para a reflexão sobre a condição humana do que muitos filósofos.
Vanda Stuart no papel de Piaf esteve à altura. La Feria mais uma vez de parabéns. Ontem tive oportunidade de dizer isso mesmo aos dois.






Soares Teixeira

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Amália

Foi há 10 anos que Amália deixou cair o xaile dentro da nossa tristeza. Amália morreu há 10 anos. Foi há dez anos que Amália partiu, tornou-se um veleiro de canto e partiu - partiu para nunca mais ir embora. Amália engrandeceu Portugal. Amália deu mais claridade e horizonte a um País e a um Povo que no jardim da distância se liberta em Fado.







Soares Teixeira

domingo, 4 de outubro de 2009

Mercedes Sosa

Morreu Mercedes Sosa. Morreu a Voz da América Latina.
Lá, no extremo do chamamento, a Voz de Mercedes dá mais luz aos astros.






Soares Teixeira

terça-feira, 8 de setembro de 2009

'Duetto buffo di due gatti'

Concha Velasco e Montserrat Caballé numa estupenda interpretação dessa delirante e cómica extravagância musical que é o 'Duetto buffo di due gatti'.




Soares Teixeira

terça-feira, 1 de setembro de 2009

II Guerra Mundial

Foi no dia 1 de Setembro de 1939 que as tropas de Hitler invadiram a Polónia. Era o começo da II Guerra Mundial. Faz hoje 70 anos. Não há palavras que bastem e ao mesmo tempo todas são excessivas. Não há gritos que bastem e ao mesmo tempo o silêncio é necessário. Todas as perguntas e todas as respostas são a chaga da mesma ferida. É como se todos os espinhos abandonassem os arbustos e se cravassem na condição humana. Dor.



Soares Teixeira