Para a minha
leitura expressiva de “Os Lusíadas “, de Luís de Camões, que está no meu canal
do Youtube, segui a edição Princeps de 1572, disponibilizada no sítio da
Biblioteca Nacional Digital e que acompanha a leitura, guiei-me também pela
Edição Crasbeeck de 1613, comentada por Manoel Correa e disponibilizada no
sítio da Biblioteca Nacional Digital, pela Edição Anotada de Francisco Sales
Lencastre, Livraria Clássica Editora, 1927, disponibilizada na Internet, pela
Edição organizada por Emanuel Paulo Ramos para a Porto Editora e pela edição do
Instituto Camões, com Leitura, Prefácio e notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão.
Para esta
leitura, de permanentes e exigentíssimos desafios, não contei com qualquer
apoio. Desde o primeiro instante que senti a colossal responsabilidade e risco que
seria fazer o que me propunha, num texto ímpar, de transcendente beleza, complexidade
e importância. Estive sempre só e muitas vezes a leitura era uma total vivência
das palavras, com grande carga emocional, posso mesmo dizer que estive dentro
da Epopeia e para isso contribuiu em muito o facto de eu ter sido Oficial da
Marinha Mercante. Sei o que é o mar, fui à Índia contornando a África – recordo a
tremenda tempestade no Cabo da Boa Esperança – atravessei o Índico e andei por
lugares e entre gentes que a cada segundo me espantavam. Descobri, descobri-me,
e nas palavras do Grande génio universal – do trabalhador! – Luís de Camões,
recolho força para continuar viagens e descobertas pessoais. Sinto que fiquei aquém,
na minha tentativa de ir ao encontro de Camões – nunca o quis trazer para mim,
eu é que tive – e tenho – a obrigação de ir ter com ele, que é passado,
presente e futuro. ‘Os Lusíadas’ tornaram-se no livro da minha vida, um ‘lugar’
onde se entra e de onde não se consegue sair, porque o espanto e a maravilha, são
intermináveis. Neste 10 de Junho de 2023 digo: Obrigado Luís de Camões.
Soares Teixeira