LIVRE
e tudo se resume ao som de um sino
que se afasta
deixando para trás
relâmpagos de folhas amarelas,
violinos em fim de tarde
e praias com cada vez menos
conchas de sonhos
de uma fogueira marítima,
acesa no íntimo das horas,
chamam-me aves incandescentes
para que a elas me junte
à conquista de nuvens que são ilhas
onde promontórios aguardam
pássaros com nascentes no olhar
e vou, naturalmente,
sem relógios dentro crânio
ou sombras no peito
vou, apenas,
livre