sábado, 18 de julho de 2020

"GLORIA", DE VIVALDI – SÉ DE LISBOA

"Gloria", de Antonio Vivaldi,  Coro da AAEMCN 

(Amigos da Escola de Música do Conservatório Nacional)

Sé de Lisboa, 19 de Janeiro de 2020




quarta-feira, 1 de julho de 2020

AMÁLIA RODRIGUES.- 100 ANOS - AMÁLIA PARA SEMPRE





https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A1lia_Rodrigues
(Amália nasceu a 1 de Julho, segundo a própria, que nesse dia celebrava o seu aniversário, mas foi registada a 23 de Julho)

domingo, 1 de março de 2020

MIRELLA FRENI



MIRELLA FRENI : Modena, 27 de Fevereiro de 1935 – Modena, 9 de Fevereiro de 2020


domingo, 5 de janeiro de 2020

"FERNÃO DE MAGAHÃES", FERNANDO PESSOA


Homenageando o "NRP Sagres", que a 05-01-2020 zarpou do Cais de Santa Apolónia, em Lisboa, para recriar a  viagem de circum-navegação de Fernão Magalhães efectuada há 500 anos. O seu regresso está marcado para 10 de Janeiro de 2021.


BOA VIAGEM



FERNÃO DE MAGALHÃES

No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.

De quem é a dança que a noite aterra?
São os Titãs, os filhos da Terra,
Que dançam da morte do marinheiro
Que quis cingir o materno vulto —
Cingi-lo, dos homens, o primeiro —,
Na praia ao longe por fim sepulto.

Dançam, nem sabem que a alma ousada
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:
Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço.

Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.


s.d.
Mensagem. Fernando Pessoa. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1934 (Lisboa: Ática, 10ª ed. 1972). - 67.









domingo, 25 de agosto de 2019

"SONETO DOS QUARTOS DE ALUGUER", DAVID MOURÃO-FERREIRA




SONETO DOS QUARTOS DE ALUGUER


O amor é só de quem os olhos cerra
no desalmado instante da entrega.
Cerrai-vos, olhos meus, antes que cega
Vos cegue a lucidez que nos faz guerra.

Cerrai-vos, olhos meus, que os indiscretos
são punidos com leis muito severas…
Cerrados, sentireis… que primaveras!
Abertos, que vereis senão objectos?

E que abjectos objectos! tão prosaicos:
tapetes de aluguer com flor’s manchadas;
entre os pés do biombo, continuadas
as tábuas do soalho por mosaicos…

…Sempre esse frio sórdido, a seguir
ao fogo em que nos qu’remos consumir!



David Mourão-Ferreira, in “Obra Poética”

sábado, 24 de agosto de 2019

"SONETO DO CATIVO", DAVID MOURÃO-FERREIRA








SONETO DO CATIVO

Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;

o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;

se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encaminhamento e de desprezo;

não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso! 


David Mourão-Ferreira, in “Obra Poética”