Há pessoas
que comem poemas
para saborear palavras
Há poemas
que gostam de sentir
lábios de bom gosto
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Soares Teixeira – 30-08-2020
(© todos os direitos reservados)
Há pessoas
que comem poemas
para saborear palavras
Há poemas
que gostam de sentir
lábios de bom gosto
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Soares Teixeira – 30-08-2020
(© todos os direitos reservados)
Na minha vida de perguntas
caminho atrás de respostas
que as estrelas guardam no peito
e pergunto-me até quando
Lírios, rios e colunatas
rodopiam nos meus sonhos
abro os braços, sinto-me eixo
e pergunto-me até quando
Na minha vida de árvore
há ramos para todas as estrelas
mesmo aquelas
que me perguntam até quando
Videiras de mistérios ondulam
na água dos meus pensamentos
troco versos com os pássaros
e não sei até quando
Vou sobrando do que vou sendo
vou sendo sobra do que fui
o que sei de mim é quase nada
descobri isto já não sei quando
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Soares Teixeira – 30-08-2020
(© todos os direitos reservados)
Quantas vezes
ainda antes
do poeta
beijar o poema
já ele exclama:
“Quero mundo!"
Quase criatura
mas ainda lunar
o poema espalha-se
pelo corpo do poeta
em faíscas e raios
e vento e vinho
e o poeta escuta
aquela voz enfeitiçada
que grita:
“Quero mundo!”
Plantas brotam da pele do poeta
e serpenteiam-lhe pelo corpo
envolvem-no
sacodem-no
acariciam-no
e átomos e mistérios
partilham entre si
sonhos e angústias
e sede e água
e escuridão e luz
e princípio e fim
partilham…
partilham…
tremendamente
até muito para lá
do extremo da partilha
partilham…
e é dessa força antiga
que nasce o trigo
a que o Sol chama:
“Meu filho, meu Poema”
e ele
o jovem bezerro
acabado de nascer
responde
alvoroçado
berrando bem alto:
“Quero mundo!”
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Soares Teixeira – 24-08-2020
(© todos os direitos reservados)