sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
"LÁ NO ALTO" - Soares Teixeira
Lá no alto
estão os astros que eu observo
do chão do meu pensamento
nada há para dizer
guardo as palavras em óleo de silêncio
o espaço é uma balança onde fico sem peso
o tempo é um pomar que guardo no bolso
vejo-me
baixar a ponte-levadiça do desejo
e caminhar para junto de inícios familiares
aproximo-me
esta fruição da lucidez…
esta realidade…
tão belo
junto-me ao puro timbre do nada
que é tanto
e em mim vou
lentamente
como um navio de cálido encanto
Soares Teixeira – 02-02-2017
(© todos os direitos reservados)
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
"LONGE" - Soares Teixeira
Hoje o fim do dia perguntou-me
que queria eu mais
respondi-lhe:
“Subir ao ramo mais alto de um poema
colocar o tempo dentro de uma concha
e proteger o silêncio da noite”
é isso que faço agora
longe de estátuas sujas de lodo
de vespas a somar ferroadas
e de vermes vestidos de palavras ocas
Soares Teixeira – 01-02-2017
(© todos os direitos reservados)
sábado, 28 de janeiro de 2017
"MANHÃ" - Soares Teixeira
Manhã
um pássaro voa
as nuvens são navios de silêncio no azul
ao contemplá-las aproximo-me
do ser praia ou árvore ou colina
a apetece-me beijar uma palavra na boca
um longo beijo que me saiba a infinito
o pássaro entra em mim
e estendo os braços
e deles sai a respiração do desejo
e junto os lábios à palavra universo
e num longo beijo
agradeço-lhe
este poema onde estou
este milagre de céu e mar
Soares Teixeira – 28-01-2017
(© todos os direitos reservados)
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
"EU SOU..." - Soares Teixeira
Eu sou o que está
e o que me aparece no horizonte
eu sou o que se guarda no lugar
e aquele que de mim surge mais adiante
eu sou o coaxar da rã
e o lago noutro canto do jardim
eu sou estas palavras
e aquelas que ainda habitam o luar
eu sou o mar dentro do silêncio
e a asa no céu da flauta
eu sou a sede
e a minha imagem feita de água
Soares Teixeira – 23-01-2017
(© todos os direitos reservados)
domingo, 22 de janeiro de 2017
"É BOM" - Soares Teixeira
Mar
é sentarmo-nos à beira do silêncio
observando os nossos inícios
flor também
e insecto
é bom abrir o caderno do olhar
e consentir que o mundo
escreva um poema
dentro das galáxias do crânio
Soares Teixeira – 22-01-2017
(© todos os direitos reservados)
sábado, 21 de janeiro de 2017
"DENTRO DE UM POEMA" - Soares Teixeira
Dentro de um poema
a minha madrugada
em tantas palavras a estender os braços
em tantas palavras a entrar no peito
em tantas palavras a mudar de cor
em tantas palavras com lugares por descobrir
Dentro do um poema
o meu lado interior
a receber a semente levada pelo vento
a receber um chão de liberdade
a receber um touro feito de céu e astros
a receber um archote de tempo secreto
Dentro de um poema
a minha raíz
a trepar pela voz até chegar ao canto
a semear flores nas ancas do mar
a ser pássaro com sangue de horizonte
a receber o sol de sílabas sem fronteiras
Dentro de um poema
a minha festa
onde sou ilha
e praia
e dança
e maresia de infinito
Soares Teixeira – 21-01-2017
(© todos os direitos reservados)
a minha madrugada
em tantas palavras a estender os braços
em tantas palavras a entrar no peito
em tantas palavras a mudar de cor
em tantas palavras com lugares por descobrir
Dentro do um poema
o meu lado interior
a receber a semente levada pelo vento
a receber um chão de liberdade
a receber um touro feito de céu e astros
a receber um archote de tempo secreto
Dentro de um poema
a minha raíz
a trepar pela voz até chegar ao canto
a semear flores nas ancas do mar
a ser pássaro com sangue de horizonte
a receber o sol de sílabas sem fronteiras
Dentro de um poema
a minha festa
onde sou ilha
e praia
e dança
e maresia de infinito
Soares Teixeira – 21-01-2017
(© todos os direitos reservados)
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