Nenhum
o peso da folhagem sobre as pálpebras
nenhum
ramo de árvore convertido em alheamento
nenhum
pássaro ausente da retina
nenhuma
a fresta por onde se escape o encanto
o bosque desenha-me o gesto
e afago cada árvore com o mesmo liso vagar
com que a luz voa para dentro do meu peito
nenhuma outra linguagem
possível
nenhum outro princípio
plausível
renovo-me em cântico
na fantástica festa do verde
Soares Teixeira – 11-11-2016
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