Noite
as estrelas respiram no céu
serenas
são incontáveis
observo-as
deitado no feno de um celeiro de
espantos
não penso em nada
limito-me a estender os braços
num gesto nupcial
e leve deixo-me levar
subo
gravito
liberto-me da gravidade
ascendo
ofereço o ombro a um cometa
refresco-me em brisas de galáxias
deslizo nas entranhas do vazio
onde sou tudo
e vou…
a sorrir de prazer
por me sentir idêntico
ao poema onde sou feliz
Soares Teixeira – 07-10-2016
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